Vivemos em meio a uma sociedade de desempenho (Han, 2017), na qual somos compelidos e obrigados a performar o tempo todo. Não existe mais a coerção externa, mas um patrão interno mais exigente que nos escraviza a sempre querer mais e a sempre se achar menos. A cobrança é constante e contínua, noites insones combinam com pílulas que prometem sanar todas as ansiedades de forma rápida e indolor, mal sabem elas que estão calando a boca de um mensageiro que vem nos dar notícias sobre algo que deveríamos escutar.

Ao longo da vida, perdemos muitas coisas e pessoas. O nosso corpo infantil dá espaço a um físico mais pesado e mais lento, rostos conhecidos deixam de nos olhar diariamente, cidades e tempos são deixados em uma corrida que cremos estar participando. Todos correm, para onde? Isso ninguém sabe. O importante é se manter na corrida, custe o que custar.

Em meio a esse turbilhão de sensações difusas e sentimentos engolidos à força, incômodos, dores e sofrimentos se instalam. Quem tem tempo para isso, tentamos não dar ouvidos. Mas em alguma hora, torna-se evidente a necessidade de parar, olhar e escutar.

Nesse momento, muitos procuram pela psicoterapia e psiquiatria. Quando eu sou procurada, imagino as páginas que tiveram de transcorrer para chegar até este espaço chamado psicoterapia.

Abro as portas. Ajeito a casa, chegue, sente-se, faça-se confortável porque eu estou aqui para te receber. Quer um chá? Um café? Estique as pernas e a sua existência sem medo de ser mal visto e sem receio de ocupar espaço a mais, coloque-se à vontade - à sua.

Estou aqui para te escutar e para caminharmos juntos, sim, a gente descansa também. Vou junto com você.

Escuto você.
Vejo você.
Contemplo.
Reverencio.

E caminhamos. Fazemos a travessia. Acompanho você neste seu aqui e agora.

E aí… é isso.
A tal da psicoterapia.

Bonito né? Eu acho.

Com carinho, Carol